Instituto Supereco cria rede de parcerias para o combate ao lixo no mar

11/04/2019

A primeira, de uma série de oficinas de boas práticas de combate ao lixo no mar, reuniu pescadores e operadores de turismo no Píer da Figueira no inicio desse ano, em São Sebastião, para escutar a comunidade pesqueira, suas expectativas e necessidades, e apresentar o material da Campanha “O Mar não está pra Lixo” sobre resíduos no mar e período de defeso. Quando o mundo discute a poluição dos oceanos, o Píer da Figueira, localizado no bairro caiçara São Francisco, em São Sebastião, recebeu a inauguração oficial do Programa “O Mar não está pra Lixo” em plena alta estação de turismo no litoral norte de São Paulo, SP. O programa é uma iniciativa do Instituto Supereco, em parceria com a Prefeitura de São Sebastião, APA Marinha e Instituto Educa Brasil, e foi incorporado às atividades do Projeto Tecendo as Águas, patrocinado pela Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental. A iniciativa vem ao encontro ao lançamento da política pública “Plano Nacional de Combate ao Lixo no Mar”, lançada recentemente pelo Ministério do Meio Ambiente e só reforça a agenda voltada aos oceanos e à sustentabilidade das regiões litorâneas, que é a grande bandeira do Instituto Supereco, que em 2019 completa 25 anos de atuação no Brasil. 12 pescadores e 2 operadores de turismo estiveram junto com a equipe do Instituto Supereco, com o Prefeito de São Sebastião, Felipe Augusto, e vários parceiros como a APA Marinha, a Operação Praia Limpa, o grupo Canoa Havaiana Vaá, Educa Brasil, Vozes das Gotas, DTA Engenharia/PEA-Porto, entre outros, para inaugurar campanhas educativas do Programa, incluindo placas, adesivos náuticos, fichas de sensibilização, abordagens aos turistas e mutirões comunitários terra e mar. Temáticas relacionadas ao lixo no mar, respeito ao período de defeso, a legalização da pesca amadora e orientações de segurança em terra e mar serão trabalhadas ao ano todo.

A participação dos pescadores foi muito inspiradora, onde foi possível levantar necessidades daqueles que estão todos os dias lidando com a pesca e o turismo náutico. Entre as prioridades apontadas estão a instalação de banheiros químicos, mais lixeiras em vários pontos do píer, ducha de água doce e segurança para embarque e desembarque dos visitantes, uma vez que o local está à beira da Rodovia SP-55.O Instituto Supereco tem ofertado o que está ao seu alcance, como algumas lixeiras e bituqueiras, e a presença contínua no píer para o trabalho junto aos pescadores e turistas. Tem, ainda, a preocupação de ser um canal facilitador para aproximar os responsáveis para atender outras demandas requisitadas, como a agilidade no processo de obtenção da carteirinha de pesca amadora e a capacitação de pescadores em inglês, espanhol e francês básico, para atendimento a turistas estrangeiros, demonstrando, assim, o interesse em se qualificar para o turismo crescente na região.Para a Presidente do Instituto Supereco e coordenadora geral do Projeto Tecendo as Águas, Andrée de Ridder Vieira, “o trabalho com a comunidade pesqueira é uma maneira de valorizar e apoiar quem já pratica os cuidados com a poluição no mar, mas tem sua vida e renda fortemente impactadas pelas atitudes de outras pessoas. Nós acreditamos num modelo de turismo que respeite o ambiente, as pessoas e as comunidades tradicionais, daí a importância do turismo sustentável de São Sebastião ter a participação social”. Conforme relatou o operador de turismo Carlos Roberto de Oliveira Dias, o projeto é muito positivo, pois incentiva os pescadores e turistas a terem mais cuidado e a destinarem corretamente o lixo para que ele não vá para o mar. Segundo Dias, que nasceu no bairro Figueira e vem de uma família de pescadores, hoje ele não trabalha mais com arrasto do camarão, mas quando exercia a função tinha dias que quando arrastava a rede pescava mais lixo do que pescado, o que, pra ele, vai deteriorando o criadouro do camarão. Ele afirmou, ainda, que antes do projeto não havia incentivo em relação ao lixo e que houve um tempo em que tinha mais peixe do que lixo e, atualmente, tem mais lixo do que peixe. Esse é um trabalho que deve ser contínuo para que o mar volte a ser o que era antes, pois tiramos o sustento de lá. O Instituto Supereco está no caminho certo”. Próximos passosA equipe do Projeto Tecendo as Águas continuará firme em seu propósito de atuar junto os pescadores do Píer da Figueira e de pescadores, operadores de turismo e turistas das demais bacias hidrográficas da abrangência do Tecendo as Águas. A segunda placa de sensibilização será instalada, em breve, no Píer Nelson Leite, em frente ao Convento do Bairro São Francisco, e, a partir de então, inicia-se o trabalho de sensibilização para multiplicação do Programa e apoio às boas práticas também com esse público-alvo.
Instituto SuperecoOrganização social de interesse público (OSCIP), fundada em 1994, atua em diversos campos da educação, comunicação, conservação e sustentabilidade. Oceano, águas, florestas, clima e sociedade são sua pauta ambiental!Mais informações: www.supereco.org.br
Sobre o Tecendo as ÁguasO projeto “Tecendo as Águas” conquistou dois prêmios importantes: 1º Lugar da categoria de Preservação dos Recursos Naturais do prêmio “LIF 2015 – Clima e Sociedade: a mudança começa em nós”, da Câmara de Comércio França-Brasil, e, ainda, “Melhores Práticas de Educação Ambiental e Gerenciamento de Recursos Hídricos de 2014”, durante o “XII Diálogo Interbacias de Educação Ambiental em Recursos Hídricos – Água & Energia”, além da representatividade entre os melhores projetos brasileiros selecionados pela Abong (Associação Brasileira de ONGs) para fazer parte da delegação brasileira no Fórum Social Mundial de 2015, na Tunísia, África. É também o responsável por fomentar a Rede São Francisco de Ecoempreendedorismo Social e o Grupo “Ações em Rede” que já reúne 12 instituições em prol da agenda pelos oceanos e pelo turismo sustentável.